Resenha - X-men E de Extinção - Salvat
Retomando da ótima resenha do Pedro e do último volume mencionado da coleção da Salvat (A última caçada de Kraven - confira aqui ), vamos falar de X-men de Morrison, E de Extinção (me lembra V de Vingança ). Sabemos que ler X-men é sempre difícil pois é uma cronologia que vive em constante modificação e cada fase reserva um monte de mudanças, e você fica sempre perdido. A Marvel tinha resolvido investir num nome de peso para aproveitar o início da franquia X-men nos cinemas (a história é de 2001). Sabemos que Morrison gosta de trazer novos conceitos a seus projetos, pois bem, a começar pelo nome 'New X-men' no original, ele iniciou mudanças que trouxeram novo fôlego ao título. Em um texto (não reproduzido na íntegra na edição da Salvat), o qual Morrison defendia suas ideias para o título ele deixou claro: 'Não dá mais para nos arrastarmos nos 40 anos da mais complicada cronologia... X-men não se trata de histórias de super-heróis, mas da luta evolucionária. Estas histórias devem ser enérgicas e modernas... tendo começo meio e fim... limitando o elenco a meia dúzia de figuras facilmente reconhecíveis."
Bom as mudanças iniciais de Morrison foram a transformação do Fera em um ser mais bestial e selvagem, a mudança dos uniformes coloridos por couro e botas estilo militar (o autor brinca com o uso dos uniformes antigos), o poder da Rainha Branca em se transformar em diamante, a inserção dela na equipe (insinuando indícios com Ciclope). E o temor da extinção dos humanos devido ao crescimento mutante.
Na trama Xavier utiliza Cerebra, uma evolução do Cerebro que potencializa seus poderes. E misteriosamente ele tem sua mente invadida por alguém que desconhece (e que deve ser extremamente poderoso a julgar pelo feito). Aqui já temos um vislumbre da 'mão' de Morrison, Xavier retratado por ele é messiânico, sua participação não é mais superficial e suas atitudes são firmes e surpreendentes. A cena em que ele aponta a arma para a própria cabeça a fim de expurgar o invasor é o ponto alto da primeira parte do encadernado.
O sobrinho de Bolivar Trask é usado para libertar Sentinelas a mando de uma misteriosa mulher que simplesmente o usa para invadir Genosha. A ilha é devastada por completo matando 16 milhões de mutantes, os X-men investigam o fato. Cabe a Xavier descobrir quem invadiu sua mente e provocou a morte de tantos de seus semelhantes. Esse primeiro arco que abre a fase de Morrison na equipe começa a amarrar pontas soltas, tem surpresas reservadas no fim e claro uma arte sensacional de Frank Quitely. As cenas de ação são um show e tem um ritmo peculiar, a história é acessível sem perder o estilo do escritor (de inovar). E lembram muito o estilo dinâmico de Byrne/Claremont, com tramas não tão complexas e arrastadas em milhares de edições (mas que se complementam). Diferente disso as histórias são mais diretas e os novos leitores conseguem se encontrar melhor. Morrison trabalha muito bem o psicológico dos personagens, como nas cenas da conversa ao 'pé do ouvido' entre Jean e Ciclope, eles passavam dificuldades no casamento.
O fim do arco tem uma revelação surpreendente de Xavier (não vou entregar aqui para não comprometer a leitura) e um gancho magnífico para a continuidade da fase do escritor a frente da equipe. A introdução se esforça para deixar o leitor a par de anos de referências cronológicas que antecederam a publicação, não o faz com maestria, mas ajuda a entender um pouco sobre os Sentinelas e Genosha. O arco E de Extinção se encerra nas 3 primeiras edições de 4 originais contempladas na revista, deixando no ar a continuação em X-men Imperial à ser publicado pela Salvat. A leitura é recomendada, mas não deixe de ver os pontos negativos e positivos.
Negativo - Em alguns momentos não consigo entender as publicações da série, Demolidor Diabo da Guarda tem 216 páginas, A queda de Murdock tem 198, dentro da mesma coleção, quanto que X-men E de Extinção míseras 120 (??). Isso contempla apenas 4 edições originais. Seguindo as citadas, poderiam publicar 8 edições originais e em dois encadernados cobrir o primeiro ano de Morrison com folga (a exemplo do que a Panini fez nos encadernados E de Extinção com 204 páginas e Imperial). Essa falta de critérios é um ponto negativo. Afinal poderíamos ler o dobro de páginas pelo mesmo preço. Uma rápida busca em sites e encontramos a edição da Panini por R$ 40/45 praticamente o mesmo valor da Salvat, sendo que o encadernado da Panini contempla as edições 114/121 (7) originais e deve corresponder a soma dos dois encadernados da Salvat. Nos extras a Salvat não publicou na íntegra o texto de Morrison para aprovação do projeto com a Marvel (apenas usou citações), apesar de deixar as artes conceituais de Quitely como alento.
Positivo - A fase retoma o tom mais direto aproveitando os conceitos já conhecidos e modernizados do mito X-men, fortalecendo a imagem dos heróis,e a idéia de Morrison ( X-men são Pop). O conceito social tão forte nas histórias dos mutantes é recolocado em questão de maneira muito funcional. A arte de Quitely é um dos pontos altos de toda a edição. Extras : Artes conceituais de Quitely para o grupo e biografias.
Novos X-men - E de Extinção
Publicado em: janeiro de 2014
Editora: Salvat
Formato: Americano (17 x 26 cm)
Colorido/Capa dura
Preço de capa: R$ 29,90
Nota - 8,0
Bom as mudanças iniciais de Morrison foram a transformação do Fera em um ser mais bestial e selvagem, a mudança dos uniformes coloridos por couro e botas estilo militar (o autor brinca com o uso dos uniformes antigos), o poder da Rainha Branca em se transformar em diamante, a inserção dela na equipe (insinuando indícios com Ciclope). E o temor da extinção dos humanos devido ao crescimento mutante.
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Equipe reformulada com figuras 'conhecidas'. |
Na trama Xavier utiliza Cerebra, uma evolução do Cerebro que potencializa seus poderes. E misteriosamente ele tem sua mente invadida por alguém que desconhece (e que deve ser extremamente poderoso a julgar pelo feito). Aqui já temos um vislumbre da 'mão' de Morrison, Xavier retratado por ele é messiânico, sua participação não é mais superficial e suas atitudes são firmes e surpreendentes. A cena em que ele aponta a arma para a própria cabeça a fim de expurgar o invasor é o ponto alto da primeira parte do encadernado.
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O telepata mais poderoso do mundo tem sua mente invadida: Sai ou eu atiro ! |
O sobrinho de Bolivar Trask é usado para libertar Sentinelas a mando de uma misteriosa mulher que simplesmente o usa para invadir Genosha. A ilha é devastada por completo matando 16 milhões de mutantes, os X-men investigam o fato. Cabe a Xavier descobrir quem invadiu sua mente e provocou a morte de tantos de seus semelhantes. Esse primeiro arco que abre a fase de Morrison na equipe começa a amarrar pontas soltas, tem surpresas reservadas no fim e claro uma arte sensacional de Frank Quitely. As cenas de ação são um show e tem um ritmo peculiar, a história é acessível sem perder o estilo do escritor (de inovar). E lembram muito o estilo dinâmico de Byrne/Claremont, com tramas não tão complexas e arrastadas em milhares de edições (mas que se complementam). Diferente disso as histórias são mais diretas e os novos leitores conseguem se encontrar melhor. Morrison trabalha muito bem o psicológico dos personagens, como nas cenas da conversa ao 'pé do ouvido' entre Jean e Ciclope, eles passavam dificuldades no casamento.
Negativo - Em alguns momentos não consigo entender as publicações da série, Demolidor Diabo da Guarda tem 216 páginas, A queda de Murdock tem 198, dentro da mesma coleção, quanto que X-men E de Extinção míseras 120 (??). Isso contempla apenas 4 edições originais. Seguindo as citadas, poderiam publicar 8 edições originais e em dois encadernados cobrir o primeiro ano de Morrison com folga (a exemplo do que a Panini fez nos encadernados E de Extinção com 204 páginas e Imperial). Essa falta de critérios é um ponto negativo. Afinal poderíamos ler o dobro de páginas pelo mesmo preço. Uma rápida busca em sites e encontramos a edição da Panini por R$ 40/45 praticamente o mesmo valor da Salvat, sendo que o encadernado da Panini contempla as edições 114/121 (7) originais e deve corresponder a soma dos dois encadernados da Salvat. Nos extras a Salvat não publicou na íntegra o texto de Morrison para aprovação do projeto com a Marvel (apenas usou citações), apesar de deixar as artes conceituais de Quitely como alento.
Positivo - A fase retoma o tom mais direto aproveitando os conceitos já conhecidos e modernizados do mito X-men, fortalecendo a imagem dos heróis,e a idéia de Morrison ( X-men são Pop). O conceito social tão forte nas histórias dos mutantes é recolocado em questão de maneira muito funcional. A arte de Quitely é um dos pontos altos de toda a edição. Extras : Artes conceituais de Quitely para o grupo e biografias.
Novos X-men - E de Extinção
Publicado em: janeiro de 2014
Editora: Salvat
Formato: Americano (17 x 26 cm)
Colorido/Capa dura
Preço de capa: R$ 29,90
Nota - 8,0
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