Conto: Na Floresta Escura - Capítulo 4

Capítulo 4 - Esperança

Caminharam um pouco e chegaram à margem de um pequeno rio. Era possível ver que não era muito profundo. Mesmo naquele trecho a luz do sol não podia entrar. As altas árvores o impediam.

-O rio. Vamos seguí-lo e certamente encontraremos algo. - Vaughan parecia feliz ao dizer estas palavras.
Seguiram rio acima. Todos estavam muito confiantes de que após algumas horas de caminhada estariam livres daquele labirinto. Alguns ali não estavam muito preocupados com o rei. 

-Vamos sair primeiro e depois retornaremos com reforços para buscar o rei. - falou Lamar dando apssos esperançosos.
-Concordo com Lamar. Será o melhor a fazer. - disse Ariosto .
Vaughan estava dividido. Sabia que sua missão original era proteger aquela importante figura, mas sabia também que mortos não poderiam proteger a ninguém. E eram quatro vidas por uma. 
-Temos esposas. Quem cuidará delas? Temos que voltar. Reis haverão outros. -Ariosto continuou.
Wallace completou: -Sim, você esta certo, Ariosto. Nossa prioridade é sair deste lugar. E provavelmente o rei não sobreviverá.
-Mas eles o mantiveram vivo. Por que simplesmente não o mataram como fizeram com os outros? -indagou Vaughan.
-E se já soubessem de nossa ida ao Sul? E se forem contratados de outro reino para capturar o rei? -perguntou Wallace.
-Essa possibilidade é real. Vamos continuar seguindo o rio. Se encontrarmos a saída primeiro, então retornaremos com reforços. Se encontrarmos  rei, então o salvaremos e não teremos piedade dessas criaturas. -Vaughan, incerto de seu futuro, falou.

Continuaram por algumas horas a caminhada às margens do rio, quase o perdendo em alguns pontos onde tinham que dar imensas voltas em rochas para companhá-lo. Poupavam suas energias, pois não sabiam que monstros surgiriam de entre as árvores. Após muitos cenários parecidos, sentiram a esperança abraçá-los. Podiam ver luz. As árvores mais à frente estavam iluminadas por aquilo que certamente era o Sol. Seria finalmente a saída daquele tenebroso lugar? Correram. Ao se aproximar, viram um imenso lago. Azul como o céu, transparente com um diamente. Era grande e circular. Havia uma pequena praia ao seu redor, entre o lago e a floresta sombria, com alguns trechos gramados. 

-Se nunca conseguirmos sair desta floresta, quero morar aqui. - Wallace falou.
Do outro lado, podiam ver alguém. Sua pele era muito branca branca, com sardas. Seus cabelos, grandes e vermelhos como o fogo. Estava apenas com tecido quase tão branco quanto sua pele que simplesmente caia sobre seus seios e cobria até as coxas. 18, 19 anos talvez. Era, sem dúvidas, uma das mais lindas jovens que já haviam visto em suas vidas. Ela não se banhava ou torava água do lago. Simplesmente estava ali, sentada. Os homens esqueceram onde estavam. Esqueceram porque estavam ali.
-Eu a vi primeiro. - sussurrou Ariosto para seus amigos.
-Ela será minha. Volte para sua esposa, baixinho. - falou Wallace. 
Vaughan andou em direção a ela, ao redor do lago. Ariosto e Wallace correram para acompanhá-lo.
Quando Vaughan se aproximou, ela o olhou profundamente. Aqueles olhos o arrebataram. Eram mais azuis que o lago e certamente mais profundos que ele também. Vaughan sabia o que queria com ela, mas precisava encontrar a saída. Nela, viu a esperança de encontrar a saída e retornar à sua vida.

-Olá, cavaleiros. O que buscam neste lugar? - perguntu com uma voz angelical, sando como a mais bela melodia que houviram.

Continua...