A tensão do começo do filme nos faz pensar que algo muito ruim acontecerá, ou que será um filme de terror muito pesado, mas esse sentimento passa rapidamente assim que fica claro o que está acontecendo com o garoto. Ele vive com a mãe que está com câncer em um estágio muito avançado. Ela é divorciada do pai, que vive nos Estados Unidos.

Na escola, sua vida se resume a desenhar em seu caderno, sofrer bullying dos colegas de sala, e lidar com diversos pesadelos que o impedem de dormir propriamente nos horários regulares. Isso acontece até que um dia, um monstro gigante feito de uma árvore de teixo aparece em sua frente. Mudando completamente a sua vida.

O filme nos mostra a jornada de autoconhecimento e crescimento pessoal que o menino ainda não está pronto para enfrentar. As pessoas a sua volta parecem não compreender exatamente o que está se passando dentro da sua cabeça ou simplesmente não se importam com aquela situação, e isso é o que mais o machuca.

A fotografia e a arte são sensacionais. As partes em que o monstro aparece, principalmente quando ele conta as suas histórias, são magníficas. Isso foi o que mais me saltou aos olhos enquanto assistia o filme. O diretor J.A. Bayona fez um magnífico trabalho com o roteiro de Patrick Ness, que além de escrever o livro original, baseado na ideia de Siobhan Dowd, roteirizou o filme. O escritor teve a liberdade de modificar a história de uma maneira que funcionasse perfeitamente para o cinema e assim o fez.

No elenco do filme temos alguns atores famosos, como Liam Neeson, que empresta a sua voz para o monstro. Felicity Jones faz o papel da mãe de Conor e Sigourney Weaver é a avó do menino. Mas quem se destaca realmente do elenco é Lewis MacDougaull que interpreta o garoto. Sua atuação é convincente e extremamente competente.