Mulher Maravilha: Uma diretora pica e o Snyder lado a lado no mesmo cargo e na mesma empresa... a qualidade é a mesma? Creio que não

 
Sim, depois de um mês da sua estreia, enfim assisti ao filme da Mulher Maravilha. Uma das poucas vantagens que se tem por assistir películas depois da maioria das pessoas, é que você pode aproveitar sem nenhum tipo de pressão. Depois de ler resenhas positivas e negativas, a balança não pende para nenhum dos lados. Vamos lá então:

O início do filme, que aliás foi unanimidade, é de fato maravilhoso. A Ilha Paraíso é linda e bem feita em todos os sentidos. As Amazonas convencem como Mulheres Guerreiras que estão vivas há séculos - embora me incomodou a facilidade como muitas são mortas pelos alemães. Talvez a única coisa que não fique tão clara neste começo, é a passagem de tempo. Mas isso nós podemos desconsiderar.


Outro elemento digno de aplauso é a química entre os dois protagonistas. Diferentemente da relação forçada e nada convincente entre a Jane Foster e o Thor (Marvel), aqui, conseguimos acreditar numa verdadeira afeição entre uma deusa e um humano. Para mim, esta foi de longe a melhor atuação do Chris Pine. E a Gal Gadot, nossa: "Parece que o jogo virou, queridinha!" De criticada ao extremo (em certos aspectos, até com razão) à uma verdadeira Mulher Maravilha.

Gal Gadot não apenas convence como uma super guerreira, mas as cenas como Diana Prince são irretocáveis. Passa a inocência de alguém que chegou num mundo novo, mas também a convicção de uma pessoa com um objetivo.

O elenco de apoio também é magnífico, gostei muito do "Comando Selvagem" do Trevor. Aliás, diferente do que muitos escreveram na internet, todos os integrantes são importantes para o filme. Aquele negócio de que o índio só serviu para fazer sinal de fumaça, é pura balela. Se você é um dos que acham isso, ASSISTA DE NOVO ATÉ ENTENDER.

Uma citação honrosa para a secretária do Steve Trevor (a primeira). Aparece pouco, mas quando o faz, rouba a cena todas as vezes.

 
Bem, se formos comparar com todos os vilões que já apareceram nos filmes de super herói em geral, o Ares de Wonder Woman até que foi bem. Talvez, com  exceção do Loki nos filmes da Marvel, todos os antagonistas foram esquecíveis. E, apesar de muitos acharem, na minha visão, nem foi tão óbvio assim a identidade secreta do god of war. O que esse pessoal queria... que o Ares fosse o Steve Trevor?

A luta final até que demorou, pelo que tinha lido, acreditava até que seria mais rápido. Deu tempo de ter umas três reviravoltas antes do grande clímax. 

E, não. Não achei piegas o discurso da Diana no final. Para mim ficou bem condizente com tudo que o filme mostrou da personagem. Um ser que viu as várias faces do ser humano, mas que ainda assim resolveu acreditar e ter esperança. Sem contar que isso aconteceu logo depois da heroína ver o único homem (até aquele momento) que ela teve um contato mais íntimo, se sacrificar e tentar fazer a diferença por uma causa maior - frase que o próprio Steve disse para Diana no início do filme.
 
 
Logicamente, o filme não é perfeito, e tem muitas falhas. Porém, o que mais me incomodou foi o maldito filtro escuro. Não é possível, deve ter algum tipo de contrato que obrigam os filmes da Warner a serem escuros e trevosos. Vejam, a cena da batalha em Themyscira é a melhor, pois é a única que se passa durante o dia e você consegue entender tudo que está acontecendo. Depois disso, são cenas cada vez mais escuras adicionadas a filtros ainda mais escuros. Não dá.

 
Ah, Patty Jenkis, fique tranquila, pois eu sei que a culpa do filtro escuro não é sua. Todavia, ainda que fosse, você continuaria a ser digna de elogios. O que a diretora conseguiu fazer com a Amazona da Dc Comics foi algo extraordinário. Com certeza se percebe que tem muito da diretora no filme, embora muitos palpites de terceiros também.

Mas, o fato é que Mulher Maravilha é o primeiro filme de super herói da Warner que não lhe deixa depressivo e nem furioso. É a primeira produção da empresa neste gênero que você tem a certeza de que o Entretenimento Venceu. 
O fã consegue enxergar ali na grande tela o personagem que ele conhece: a heroína que decide acreditar na esperança, fazer a escolha difícil num momento em que muitos outros fariam diferente. A heroína que decide não jogar um tanque em cima da vilã, simplesmente porque a outra pessoa é uma vilã.

Parabéns a Patty Jenkis. Talvez, se a Warner tivesse dado mais oportunidades a diretores deste quilate: Homem de Aço, Batman v Superman e Esquadrão Suicida pudessem ser bons filmes.

Vamos torcer para que o próximo encontro dos maiores super heróis da Dc Comics não seja mais uma representação de um sadomasoquismo, onde, no momento em que alguém grita a palavra secreta, todos têm que parar e se abraçar.

Essa é a minha torcida, pois com o filme da Mulher Maravilha, fica a certeza de que a maior heroína das hqs está em mãos confiáveis.