Fuller House tem um caminho difícil pela frente - Review
Você provavelmente se lembra de Três é Demais. Série que passou no SBT durante as tardes depois do almoço, aonde víamos a vida de 3 homens e 3 crianças vivendo numa mesma casa, com todos seus dilemas e situações engraçadas dignas de um Sitcom dos anos 80-90. 25 anos depois dessa série ter terminado (sim, você ESTÁ ficando velho) a Netflix nos fez o favor de Reunir boa parte da Família Tanner de volta na antiga casa e nos dar um belo balde cheio de nostalgia. Porém, apesar de engraçada, é tudo o que a série no começo nos tem a oferecer.
Eu não sei se sou eu que estou ficando velho, mas o quesito Sitcom não me agrada tanto quanto antigamente. Ou se simplesmente Fuller House tinha tanta expectiva em torno de si que acabou me decepcionando em certos pontos. E acreditem, eu acho a série até divertidinha, aquela coisa de se assistir descompromissado, mas me deixa um pouco triste de que uma série que é um produto 100% Netflix ser fraco em termos de comédia, enquanto temos Unbreakable Kimmy Schmidt que nesse sentido, dá de 10 a 0 em Fuller House. E talvez esse seja o problema. Na nova série, acompanhamos D.J Tanner tendo que se virar com seus 3 filhos, Stephanie e Kimmy e sua filha na antiga casa dos Tanner. Apesar de termos 3 membros originais da série, elas sozinhas não seguram a série. Talvez por nenhuma delas serem realmente grandes atrizes (apesar de serem engraçadas algumas horas) a série acabou se tornando algo ao nível aquelas séries que passam na Disney Channel. As crianças tem certas atitudes forçadas e não possuem nenhum carisma. Como eu disse, atuação nível de Disney Channel. Talvez por querer se prender na nostalgia e fazer algo no formato anos 80-90 no mundo atual, Fuller House acaba se atrapalhando no que ela deveria ser, uma série voltada aos fãs e cheia de tantas referências que o Capitão América cairia para trás. Acreditem, o primeiro episódio da série é MUITO BOM, cheio de nostalgia, sacaneia o fato das irmãs Olsen terem cagado e andado para a série, e de uma forma BEM sensacional. E a forma como ela brinca com muitas situações de sua série mãe, caçoando de jargões e bobeiras que eram típicas dos anos 90, a série vai bem. Mas só isso não dá pra segurar uma série de 13 episódios.
Fuller House quando cita a sua série predecessora, consegue ter seus bons momentos. Porém a trama e as situações vividas do D.J., Kimmy e Stephanie não são de longe interessantes. Até o novo cachorro da família tem mais carisma que todos juntos. Os novos personagens incluídos na trama são tão rasos quanto uma piscina de criança. Dentro destes 13 episódios, nós só vemos uma relação normal de Sitcom, sem se evoluir muito e tentando ser engraçada. A questão é que existe uma diferença entre espontaneidade e forçação de barra. Talvez seja por isso que vira e mexe durante a série, Dave Coluier, John Stamos, Lori Loughlin e Bog Saget (também conhecido como Ted do Futuro) aparecem tanto para salvar a série. É gritante o quanto a série melhora quando eles estão por perto, tendo que fazer escada para as piadas e tentando melhorar tanto a série. A questão em si é que Fuller House é legal quando é nostálgica, e só. A trama em si não tem nada com nada, situações bem fracas e coisas que só funcionavam nos anos 80-90. Usando uma frase que vem da própria série, "Você está presa nos anos 90". Esse é o real problema. O formato de Full House funcionava a 25 anos atrás, não funciona mais hoje em dia. Por mais saudosista que sejamos, nosso amadurecimento para séries, a TV, a forma de fazer esse tipo de coisa, mudou e MUITO. Não estou dizendo que a série deveria ter um primor de roteiro, Full House também não era LÁ aquela baita série genial. O problema é que Fuller House não possui personagens carismáticos e tenta se agarrar no fato de que nós iremos assistir para ver referências a série antiga, e os outros antigos personagens voltando para visitar a casa dos Tanner. E esse é o problema maior dessa série. Não se dá pra viver só dependendo de aparições salvadoras do antigo casting adulto. A série tem que aprender a caminhar com as próprias pernas se não quiser virar um produto genérico. E até agora, é o que ela é.
Eu dou um 6/10, passa RASPANDO por que o primeiro episódio e as aparições do casting antigo salvam em alguns pontos. Mas é preocupante ver uma produção da Netflix tão fraca em quesito de roteiro e de casting. Personagens vazios, atores ruins e exagerados. Por mais que Fuller House venha de um produto dos anos 90, não estamos mais nele. Espero que a série evolua, se não, ficará difícil continuar acompanhando a série.
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